Mensagem confortante

Vou compartilhar aqui mais um texto psicografado da saudosa Karen Alcântara. Ela é um lindo espírito que conheci ainda em vida em Uberlândia (MG). Ela desencarnou com 30 anos por conta de um sério problema de saúde e esse é um dos vários relatos que enviou aos familiares e amigos através de um tio médium.

Para quem se interessa no assunto, é um bom exemplo de como acontece essa passagem para a vida espiritual! E essa é agora uma das missões dela!

Carta N. 7, psicografada na madrugada de 04/01/2016

Queridos Pai, Mãe, Marina, Kelly e os pequenos,

Ontem foi meu aniversário terreno. 

Sei que pra todos é uma mágoa essa partida ainda pouco compreendida. 

Pra Kellynha é pior, já que éramos gêmeas. 

Sei que dói mesmo quando tentam dissimular. 

Compreendo esta dor da separação. 

Só o que posso dizer é que ela é ilusória. 

Ela não existe na realidade espiritual. 

Tenho a noção de que vocês todos têm. Não existe o afago, não existe um contato visual, não existe a matéria que é pura ilusão. Ela existe pra este mundo em que vocês estão. 

Ela não é propriedade eterna de nenhum de vocês, assim como não é minha.

De quantas ilusões vocês querem que eu possa lhes recontar?

Do tempo? Ilusão. 

O tempo é como um copo vazio. Ao seu redor existe um fluxo de cristais de outros copos, de xícaras, de pratos de uma mesa sem fim, aparelhada. 

Este tempo vazio do copo é o mundo no qual vocês estão. Vocês só conseguem enxergar o que existe dentro deste copo, ou seja, a existência passageira de cada um de vocês. 

O resto da mesa, vocês não enxergam. São tempos com outros limites, dimensões a se perderem de vista e no fundo, vocês habitam muitas destas outras dimensões ao mesmo tempo. Quase sem tocá-las. 

A não ser por um sentimento vago que lhes trazem os sonhos.

Lembro quando estava ai com vocês que eu tinha certas percepções disso; Mas, eram tão vagas quanto elas são pra vocês.

Os sonhos, em grande parte, nos proporcionam tocar esta fronteira singular de cada tempo. Tempo de cada objeto animado. Tempo que cada espírito, concomitantemente existe.

Somos um divididos em várias faixas de espaço e tempo. 

Isto é algo que já se aborda na terra e que por mais que se saiba a respeito, a compreensão total só existe quando retornamos pra "cima", ou seja, pra uma das moradas de entre vida.

Tantas seriam as ilusões terrenas que vocês se poriam a rir se soubessem.

A vida na terra é um experimento com objetivos grandiosos mas, ela é um risco na água de tão efêmera diante de uma totalidade gigantesca. 

A dor, meus queridos: É uma ilusão. 

Por pior que ela seja, não passa de uma ilusão. 

O espírito é eterno e cada uma de suas dores, por terríveis que sejam, são faíscas diante do todo e de sua grandiosidade.

Compreendo a sua dor, mãe. 

Mas ela é ilusão. 

Não estamos por nada separadas. 

Nossos espíritos se tocam nos sonhos ou até naqueles momentos, que você se debruça sobre o fogão e deixa uma lágrima cair. 

As vezes, toco seu ombro nestas horas e te digo no ouvido: Mãe, eu estou viva! 

Muito mais viva do que era antes próxima de você. 

Você não me ouve mas, me sente tantas vezes.

Eu queria poder te explicar como se livrar de toda esta dor. 

Mas, só posso te dizer: Você se ilude. 

Ela é falsa. 

Você acha que quantas foram as vezes que caminhamos juntas? 

Quantas foram as vidas em que estive do seu lado? 

Não foram poucas. 

Já fui sua amiga. 

Já fui sua mãe. 

Já fui seu marido. 

Já fui várias coisas. Vários tipos de relações.

Mãe, você não imagina quantos filhos você já teve. 

Grande parte deles, você nunca viu nesta existência. 

Outros você viu e nem imaginava que foram seus filhos. 

Sentiu amor sem saber mas, como tudo na ordem espiritual, muda. 

As relações se vão e só fica o amor. 

Este amor é para o infinito e não importa o nome que ele receba em uma determinada encarnação. 

Tudo isso faz parte de um aprendizado que nos levará a algum dia, a amarmos todos como se todos fossem filhos e mães. 

Filhos e mães que se libertaram de qualquer armadilha do amor mundano. 

Amor que afaga uma hora e que prende noutra.

Mãe, eu oro sempre pra que você entenda esta que é sim a justiça e a lei de amor de Deus. 

Sei que a terra impõe limites. 

Mas, estamos nela para ultrapassarmos estes limites. 

Claro que da noite para o dia ninguém amará ninguém como se fosse de sua entranha. 

Mas, podemos tentar encontrar o mínimo amor e que ele seja pacífico.

Desejo, do fundo da minha alma, que você se liberte desta dor. 

Cada vez que sinto seu coração apertar, o meu quase aperta mas, logo vem a minha consciência, hoje ampla e nada cega, sobre a dor que é fruto da ilusão.

Que cada mãe possa compreender isso. 

Que cada um possa entender que amor é com ou sem a presença física. 

Amor invisível assim como os seres podem se tornar invisíveis de uma hora pra outra mas, eles existem. 

Mudaram-se pra outras terras. Não se veem olho no olho, mas existem. Flutuam ao seu lado com a mesma força de antes; Ou mais, com uma intensidade de coração que não se podia ter na terra.

Gente querida, como estou viva. 

Intensamente viva. 

Sou a Karen. 

Karen que corre atrás de crianças, brincando. 

Que ri horrores com elas. 

Que colhe flores e as enfeita os cabelos em dias de sol iluminado. 

Sou a Karen que vive num mundo lindo, lindo demais. 

Pássaros, rios, montanhas, estradas. 

Caminhadas com os meus pés . 

Ar divino. 

Até transportes super ecológicos temos. 

Tudo e muito mais que há na terra. Numa textura que só cabe ao espírito. 

Mas, tudo é semelhante.

O que é diverso é que não há mais ilusão. 

Existe apenas verdade, amor e fraternidade.

Ajudamos aqueles que se perderam na entre vida. 

Ajudamos a vocês que choram lástimas de ilusão. 

Ajudamos com um prazer enorme de reconhecer que o amor é o que une todos no todo.

Esta é a realização divina. 

Coisas que todos vocês já sabem mas, na terra das ilusões e das separações, de todos os carmas e de todos os aprendizados lógicos deste mundo, se esquece, se desconhece, se crê sem acreditar nesta verdade do mais profundo de cada Eu encarnado ou desencarnado.

Marina, Pai, Kelly: que estas palavras possam também lhes trazer mais compreensão também. 

Vocês continuam aí, experimentando todas as oportunidades maravilhosas desta vida para crescerem.

Aqueles dois pequenos lindos fazem parte desta estória de ensinamento. 

Eles são a prova viva de tudo que falo. 

A cada momento que crescerem, verão que dirão coisas a vocês que os farão refletir. 

Perguntarão a si mesmos: de onde eles sabem disso?

Mãe, família: todos temos o direito de fazer escolhas na vida. 

Quando as pessoas decidem por tais escolhas elas o fazem, normalmente, para se tornarem mais realizadas e felizes. 

Só que determinadas escolhas podem parecer aos outros alguma falta de respeito, de desamor, de agressão. 

No fundo elas querem apenas ser felizes mas, ao agirem dentro do propósito delas, elas podem imaginar que os outros se ferem. Daí a distância. 

Ilusão. Temos de aceitar a escolha alheia. Nos alegrar pela coragem humana no se desdobrar, de não se matar ou desistir dos sonhos para que outros se alegrem com uma morte íntima, solitária e “solidária”. 

Não é justo. 

Agora, entendam que a liberdade alheia custa muito suor e sangue, e deve ser aplaudida. 

Não existe desafeto que dura para o sempre. 

A vida é uma experimentação e se paramos, morremos dentro do coração.

Que a vida flua como as águas de um rio. 

Quando ele corre, oxigena as águas e da vida aos peixes e tudo que nele existe.

As separações têm prazo de validade. 

Não duram pra sempre, mesmo que durem uma vida. 

Não existe qualquer tipo de separação se os braços estão abertos e o coração à mostra. 

Não falo de mim, ok?

São tantas coisas a falar e meu tio me deixou por um tempo. 

Não o recrimino de modo algum e sei porque ele o faz. 

Hoje eu vim, ele se abriu a mim e permitiu que nesta data eu pudesse trazer algum aprendizado, algum conforto.

Entendo completamente a dor humana mas, como disse aqui o tempo todo, ela é uma farsa. Assim como a morte o é.

Claro que cada dor pode ter seu desdobramento: seja ele cármico, seja ele de aprendizado, seja ele por desamor ou por amor. Todos os textos espiritualistas dizem que cada um deve suportar sua cruz e suportar esta cruz é tomar conhecimento de que tudo é ilusão e é temporal. 

Reflitam sobre isto.

Eu vim hoje pra trazer um pedaço de coração meu através das linhas deste texto mas, vim pra que pensem a respeito, que se iluminem e que assim, possam ser realmente mais felizes do que são.

Beijo cada um de vocês. 

Cada parente. Cada amigo. Cada rosto por mais que tenha tido só um breve contato. Aqueles do trabalho também. Pessoas todas queridas. 

Jesus ama a cada um de vocês. Eu também os guardo no coração.

Não é só Jesus que os ama: se fosse escrever uma lista de nomes, teria de viver mais 100 vidas na terra só pra fazê-lo!

Que a luz e o amor sejam no dia-a-dia de cada um de vocês! 

Que cada palavra aqui seja como um raio de luz que os envolva de coração, na felicidade real do Ser.

Beijos!

Karen

PS: após este texto, Karen espalhou rosas brancas pela sala de casa dos meus pais. Antes de sair, me beijou o rosto e agitou a mão direita como num "tchau". Na esquerda, tinha ainda mais flores... Para o quarto de sua mãe e irmãs (intui o tio), provavelmente ainda para quem mais precisar delas...

Mais cartas da Karen aqui.